Em Deuses da Peste, um antigo casarão em ruínas, no centro de São Paulo, um velho ator shakespeariano exilado dos palcos vive com seus fantasmas. Em seu leito, cercado de cortinas vermelhas retiradas de um teatro abandonado, ele sonha com a peste e com o fogo se alastrando por todo o país. Em torno do velho ator, forma-se uma estranha comunidade. Reunindo amigos atores, músicos e bailarinos de diversas companhias e procedências.
Rodado em outubro de 2022, entre o primeiro e segundo turno das eleições nacionais brasileiras, entre a esperança da mudança e o desespero da possibilidade da reeleição de Ubu/Bolsonaro, “Deuses da Peste” pode ser visto como uma resposta da comunidade teatral `a teatralização da política promovida pelo liberal-macho-fascismo e aos anos de incúria, morte e perseguição implacável aos artistas brasileiros. Um filme sobre fraternidade e resiliência do povo do teatro, sobre o luto e a luta.