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Bilheteria Pixar: Elio tem pior estreia e expõe crise de originais

A bilheteria da Pixar enfrenta um novo baque com a pior estreia de 'Elio'. Analisamos os números, a crise dos filmes originais e o futuro do estúdio.


22/06/2025 – 21:50
Atualizado há 7 horas atrás

O cenário atual das bilheterias nos Estados Unidos revela uma narrativa complexa e preocupante para um dos estúdios mais amados do mundo. Enquanto um dragão em live-action voa alto e uma franquia de zumbis ressurge com força, a magia parece estar em falta para as novas ideias da Pixar. A bilheteria da Pixar sofreu um golpe histórico com a estreia de “Elio”, que não só ficou muito aquém das expectativas, mas também registrou o pior fim de semana de abertura para o estúdio na era moderna.

Este resultado levanta questões urgentes sobre a estratégia da Disney, o apetite do público por histórias originais e se a Pixar conseguirá reacender a chama que a consagrou. Analisamos o Top 5 deste fim de semana para entender o que esses números realmente significam para o futuro do cinema.

1. Como Treinar o Seu Dragão (Universal)

  • Arrecadação no Fim de Semana: US$ 37 milhões
  • Análise: Voando sem concorrência, o remake em live-action de Como Treinar o Seu Dragão manteve a liderança com folga em sua segunda semana. Com uma queda de 56% em relação à sua estreia robusta de US$ 83 milhões, o filme já acumula um impressionante total de US$ 160,4 milhões na América do Norte e US$ 358 milhões globalmente. O sucesso do filme reforça uma tendência de mercado: o público demonstra forte interesse por marcas conhecidas e nostálgicas, mesmo que em novos formatos. A aposta da Universal em reviver a amada história de Soluço e Banguela se prova um acerto comercial, garantindo um porto seguro em um verão de resultados mistos.

2. Extermínio: A Evolução (Sony)

  • Arrecadação no Fim de Semana: US$ 30 milhões (Estreia)
  • Análise: O apocalipse zumbi está de volta e com mais força do que nunca. A estreia de Extermínio: A Evolução (“28 Years Later”) ficou em linha com as projeções e marcou o melhor fim de semana de abertura de toda a franquia, que começou com o cult “Extermínio” (“28 Days Later”) em 2002. Com um custo de produção de US$ 60 milhões e um lançamento global que já soma US$ 60 milhões, o filme está bem posicionado para ser um sucesso. A Sony aposta alto, planejando uma nova trilogia e já tendo filmado a sequência, “28 Years Later: The Bone Temple”. O futuro da saga, no entanto, dependerá da performance contínua deste capítulo, que recebeu uma nota “B” do público no CinemaScore — uma recepção morna que pode impactar sua longevidade.

3. Elio (Disney/Pixar)

  • Arrecadação no Fim de Semana: US$ 21 milhões (Estreia)
  • Análise: Aqui reside a história mais alarmante do fim de semana. Com uma estreia de apenas US$ 21 milhões, “Elio” representa a pior abertura da história moderna da Pixar, um baque sísmico para o estúdio por trás de clássicos como “Toy Story” e “Os Incríveis”. A bilheteria da Pixar com este filme original ficou muito abaixo da projeção inicial de US$ 25 a US$ 30 milhões.
    • O Fator Disney+: Analistas apontam que a estratégia da Disney durante a pandemia, de lançar filmes como “Red: Crescer é uma Fera” e “Luca” diretamente no Disney+, pode ter treinado o público familiar a esperar por essas animações no conforto de casa, desvalorizando a experiência do cinema para títulos que não são sequências de grandes sucessos.
    • Crise de Originais vs. Sequências: O fracasso de “Elio” contrasta violentamente com o sucesso estrondoso de “Divertida-Mente 2” (US$ 1,69 bilhão globalmente). Isso sugere que o público ainda ama a marca Pixar, mas está mais propenso a investir tempo e dinheiro em mundos e personagens que já conhece e ama. A dificuldade em lançar uma nova propriedade intelectual se torna cada vez mais evidente.
    • Uma Luz de Esperança?: Assim como “Elementos”, que também teve uma estreia fraca (US$ 29,6 milhões) mas se recuperou graças à boa recepção do público, “Elio” recebeu uma nota “A” no CinemaScore. A Disney espera que o boca a boca positivo possa garantir ao filme uma sobrevida nas próximas semanas, mas o prejuízo inicial para um filme que custou US$ 150 milhões será difícil de reverter.

4. Lilo & Stitch (Disney)

  • Arrecadação no Fim de Semana: US$ 9.5 milhões
  • Análise: Outro exemplo da força das marcas estabelecidas da Disney. Em sua quinta semana em cartaz, o remake live-action de Lilo & Stitch continua a mostrar resiliência. O filme já acumula US$ 386 milhões no mercado doméstico e um impressionante total de US$ 910 milhões globalmente. Produzido com um orçamento de US$ 100 milhões, este filme é um sucesso retumbante e serve como um contraponto doloroso ao desempenho de “Elio”, reforçando a tese de que, para a Disney atualmente, o passado é mais lucrativo que o futuro.

5. Missão: Impossível – O Acerto Final (Paramount)

  • Arrecadação no Fim de Semana: US$ 6.55 milhões
  • Análise: Completando o Top 5, a mais recente aventura de Tom Cruise continua a somar, mas enfrenta seu próprio desafio monumental. Embora a arrecadação global de US$ 540 milhões pareça enorme, ela se apequena diante do custo de produção de espantosos US$ 400 milhões. Considerando que os cinemas ficam com cerca de metade da bilheteria, a jornada para a lucratividade é quase uma missão impossível em si, dependendo massivamente das vendas em outras janelas de exibição.

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